1a TEMPORADA - EPISÓDIO 4
DENIS ROJAS COMENTA O FILME "UM HOMEM CHAMADO CAVALO"
Neste episódio do Soul Cine Podcast, o facilitador de práticas xamânicas Denis Rojas comenta o filme "Um Homem Chamado Cavalo", clássico do gênero faroeste dirigido por Elliot Silverstein, e estrelado por Richard Harris.
Sua trilha sonora foi composta por Leonard Rosenman, inspirada em canções ancestrais, e contou com a participação dos Nativos Sioux da aldeia Rosebud.
O longa teve sua estreia em 1970, com grande sucesso de público e premiações em festivais. Atualmente integra o catálogo de plataformas como Oldflix, Looke, NetMovies, entre outras.
Agradecemos sua presença e boa sessão!
Denis Rojas é Mentor com abordagem xamânica. Iniciado nos ensinamentos do sagrado caminho vermelho por Joseph Rael, Beautiful Painted Arrow, nativo visionário norte-americano dos Pueblos Ute e Picuris. É chefe do tambor em cerimônias e danças sagradas chefiadas por Felicity Macdonald no Brasil. Ministra cursos e faz aconselhamento pessoal com as Cartas do Caminho Sagrado e as Cartas Xamânicas – Animais de Poder. Líder de Cerimônias Xâmanicas, conduz Rodas de Curas, Rodas de Tambores, Buscas de Visão com Tambor, Buscas de Animais de Poder, Saunas Sagradas, Oficinas de Confecção de Tambores, de Filtros de Sonhos, Danças do Fogo Sagrado e Workshops sobre Ho’oponopono.
Conheça mais sobre seu trabalho em www.youtube.com/DenisRojas
WAKANTANKA, O GRANDE ESPÍRITO
Ó, Wakantanka,
Grande Espírito do Sol,
Fonte de toda vida,
criada em violência, prazer e dor,
que então tira a vida
para manter a vida,
continuando o eterno ciclo
de vida e morte,
Eu me coloco humilde e obediente
diante de ti.
Faça-me digno!
Prece a Wakantanka na abertura do filme Um Homem Chamado Cavalo.
Texto por Bruli Maria
Começo a minha semana bem cansada, como a maioria dos brasileiros que tem um pouquinho de sanidade e consciência de classe sobre o que está acontecendo com a gente. E por essas e outras, decidi dar play no novo episódio do Soul Cine Podcast com meu amigo Denis Rojas - pessoa querida que tenho um apreço e admiração gigante, o mesmo já me ensinou muita coisa que levo pra além, e é lindo demais parar um pouquinho a vida, preparar um café, olhar as nuvens e escutá-lo.
Denis é facilitador de todo um conhecimento dos nativos norte-americanos, e facilitou várias terapias na minha vida. Sou muito grata. Eu também tenho muito carinho e curiosidade pela cultura dos povos nativos de modo geral, e ter tido o privilégio de conhecer o Denis, que é uma pessoa que trabalha de forma muito honesta e séria, sem se apropriar dos saberes dos povos nativos, é uma honra pra mim. Denis não precisa se fantasiar de indígena, nem pintar o rosto ou colocar um cocar pra mostrar seu potencial e sabedoria. Confio muito no seu trabalho. E lembro com muito amor e carinho do dia que ele ensinou a gente a fazer o primeiro tambor, deve ter sido há uns cinco anos. Era tudo muito leve e cheio de aprendizados simples, mas que me marcaram. Estávamos eu, ele e Ananda - uma amiga querida que já virou estrelinha no firmamento. Meu tambor me acompanha por onde quer que eu vá, apesar de nos últimos tempos eu não ter tanto contato com ele como e queria. Lembro que nos juntamos na antiga casa que ele morava e construímos nosso tambor Cherokee numa tarde maravilhosa. O tambor é um instrumento sagradíssimo para os indígenas e para outros povos e sabedorias também, ele me toca profundamente e já adianto que o final do episódio do podcast com Denis é nostálgico, me emocionei.
Confesso que ainda não vi o filme Um Homem Chamado Cavalo, quero assisti-lo em breve, mas pra mim já é um prazer escutar o Denis comentando sobre a sua escolha de filme, a experiência dos nativos e como isso chega até ele. Já me emociono logo no começo do episódio com a trilha sonora abrindo toda uma ancestralidade e trazendo consigo a força dos cantos e lamentos de um povo.
Acho linda e tocante as histórias dos nativos, saber que Wakantanka abençoa incondicionalmente seu povo, os ensinamentos contidos nas saudações ao sol, à água, ao fogo, à lua e a todos os elementos presentes na natureza. As lições que são absorvidas e trazidas pra nós como sabedorias e metáforas ajudam a trazer um pouco de esperança para esses tempos tão sombrios que estamos vivendo. Os rituais dos povos nativos são muito profundos e cheios e significados que talvez levaríamos uma vida inteira para aprender de fato. A pura observação da natureza nos permite relembrar que somos a natureza também, muitas vezes no corre-corre do dia a dia a gente se esquece, e ter essas pílulas de lembrança pode transformar um fragmento do nosso status. A natureza nos relembra que não estamos sozinhos.
E ser relembrada que posso recorrer às sete direções nesse momento de correria que estou vivendo, me ajuda a dar uma centrada, me ajuda a perceber que não estou sozinha e posso olhar pra cima, para o mistério e dividir o fardo, minha canseira, minhas dores, posso contar com o acalento do vento, com a purificação da água (que é muito materna e sempre me acolhe). Acredito muito que para nós, humanos, foi dada a benção de poder dividir tudo o que nos acontece com os mistérios acima que nos abraça, que não precisamos carregar os fardos sozinhos, mas muitas vezes eu mesma me esqueço disso. É lindo ver que os nativos não perderam essa ligação com o sagrado, já nós muitas vezes precisamos nos religar com a fonte, porque nos sentimos desconectados, mas somos nós mesmos que rompemos o fio, a vida é abundante e está sempre cuidando de nós. Fecho a sua leitura hoje com uma citação que me encontrou pelo feed enquanto escrevia esse texto:
O filme Um Homem Chamado Cavalo é um faroeste norte-americano de 1970 estrelado por Richard Harris e dirigido por Elliot Silverstein. O roteiro é baseado no conto homônimo de 1968, do livro Indian Country de Dorothy M. Johnson. O filme teve duas sequências, também estreladas por Richard Harris: The Return of a Man Called Horse de 1976, e Triumphs of a Man Called Horse de 1983.
O filme foi feito com ampla pesquisa junto ao American Museum of Natural History, Library of Congress e Smithsonian Institute, buscando trazer um retrato realista do modo de vida dos Nativos Sioux no início do século XIX, através de documentos e pinturas de George Caitlin e Carl Bodmer e testemunhas da época.
O longa contou com a participação dos Nativos Sioux em seu elenco e na gravação da trilha sonora, composta por Leonard Rosenman e inspirada em canções ancestrais.
Sinopse:
O aristocrata inglês John Morgan (Richard Harris) faz parte de uma expedição pela América do Norte em 1821, quando é capturado pelos guerreiros ‘Mãos Amarelas’, indígenas da nação Sioux, e é levado como escravo para servir à mãe do chefe. Gradualmente, ele aprende a respeitar a cultura Nativa e apaixona-se pela irmã do chefe. Mas antes de poder ficar com ela, ele deverá ser aceito com honra e coragem como um guerreiro Sioux, através de um ritual de sacrifício chamado ‘Voto ao Sol’.
Assista nas plataformas: Oldflix, Looke e NetMovies.